Habituar-se à diversão: isso é possível, importante e vai te fazer bem

O psicólogo Mike Rucker autor do livro "The Fun Habit: How The Disciplined Pursuit of Joy And Wonder Can Change Your Life" afirma que "A felicidade é um estado de espírito, mas diversão é algo que você pode fazer. Não requer educação, dinheiro ou poder. Tudo o que requer é intencionalidade. Se a felicidade é uma miragem, a diversão é o seu oásis no quintal."

E a jornalista científica Catherine Price (autora do livro The Power of Fun) compartilha com a mesma ideia, "Nós realmente banalizamos a diversão e somos muito casuais e descuidados sobre como usamos a palavra, mas é ela é essencial para nossa felicidade e saúde".

A National Public Radio fez uma pesquisa onde procurou saber de seus leitores o que realmente gostavam de fazer e o resultado foi supreendente, uma diversidade de coisas simples surgiu e a maior parte dos leitores afirmou que gostava da atividade citada simplesmente porque ela era divertida!

Confira nas próximas imagens, as 5 coisas simples que você pode mudar na sua vida para ser mais feliz!

Segundo Rucker, "A felicidade é realmente uma "avaliação", estamos constantemente nos perguntando o que está dando certo e o que está dando errado e isso pode ser uma armadilha", alerta.

Um estudo da revista Emotion concluiu que as pessoas que valorizam muito a felicidade podem acabar se sentindo desapontadas com o que sentem e, paradoxalmente, diminuem sua felicidade quanto mais a desejam".

Enquanto a busca da felicidade pode ser exaustiva e frustrante, a diversão é relativamente fácil de se obter, o problema é que nós, adultos, somos condicionados que diversão não é importante e a deixam de lado. Segundo Rucker, "Mesmo que você não esteja feliz, você pode se divertir, mesmo que seja apenas tomando um café com um amigo".

Rucker descreve que a diversão é fazer algo ativo e intencional (nada de ligar a TV e assistir sem pensar ou ficar no celular no zombie scrooling), muitas vezes inclui outras pessoas, é algo que você escolhe para si mesmo e pode te proporcionar emoções diferentes das habituais.

Price define a diversão como um estado em que experimentamos a sensação de perder a noção do tempo porque estamos "no limbo", despreocupados sobre nossa aparência ou desempenho.

Agora é a hora da pergunta: que diversões lhe atraem? Para pensar nestes atrativos, deixe o celular de lado e busque na memória três ou quatro ocasiões em que você se divertiu de verdade, recomenda Price.

Para te ajudar nesta empreitada, analise bons momentos que você já teve, quais eram as pessoas envolvidas, que atividades você (ou vocês) faziam, onde aconteceram e assim por diante. Outros tópicos para você refletir, existe alguma coisa que você nunca fez e gostaria de experimentar? Existe alguma coisa que você costuma fazer, mas não acha divertido?

Rucker tem uma metáfora divertida para a diversão que, segundo ele, pode ser muitas coisas diferentes, mas seja qual for, é preciso que "ela faça cócegas no seu senso de prazer"!

A partir destas análises, tente retirar da sua vida o que não é divertido (se isso for possível, não vá se demitir ou entrar em atrito com seu chefe!), ao mesmo tempo tente incluir mais dos momentos divertidos, conviência com amigos agradáveis, passeios em lugares que se fazem se sentir bem...

Agora que você identificou o que você acha divertido, você pode começar a incluir essas atividades na sua agenda! Pode parecer estranho... agendar diversão? Você, como eu, deve achar que isso acontece espontaneamente, mas na verdade não acontece, com a sobrecarga do dia a dia, o que você não incluir na agenda, não vai ser feito!

Gosta de jogar cartas? Encontre entre seus amigos os que também gostam e programe semanalmente uma jogatina, sem apostas, é claro! Não tem amigos que gostam de jogos? Encontre novos amigos ou proponha outro tipo de jogo: War, Imagem e Ação, xadrez, damas, ...

Segundo Price, quanto mais velhos ficamos, menos à vontade estamos nestes ambientes feitos para a diversão, deixamos de ser crianças e o parquinho nos parece um lugar proibido. Mas vale a pena tentar e a gente aposta que você tem um ou mais amigos que estão somente esperando o convite para uma tarde no parque, metaforicamente falando!

Ao se permitir fazer e incluir na sua agenda estes momentos de diversão, você vai começar a ter momentos de surpresa, de admiração, quase como um novo romance! Segundo Rucker, esses momentos podem melhorar o humor e diminuir os níveis de estresse, o que pode reduzir o risco de doenças cardíacas e diabetes.

Inclusive, vale tentar o "novo", aquela coisa que você nunca fez, passar uma tarde no parque, começar um curso de culinária, entrar em um grupo de leitura em uma livraria ou biblioteca da sua cidade... Com certeza você vai encontrar outras pessoas que compartilham os mesmos gostos que você, fará novos amigos e isso é inspirador!

Seja sincero com você e analise quanto tempo você passa no modo "zoombie scrooling", ou seja, rolando a tela do celular sem nem mesmo prestar atenção no que está vendo. Segundo Rucker, isso é uma fuga fácil da realidade e dos sentimentos de tédio e desconforto do dia a dia.

A maioria de nós tem, pelo menos, duas horas do dia disponíveis para atividades de lazer, e alguns de nós têm até cinco horas. Sabia que um americano médio gasta mais de duas horas nas mídias sociais por dia? Então, considere alocar este tempo para uma diversão real e palpável, que te traga alegria e bem estar!

Rucker relata que se deu conta de que, ao assistir as aulas de ginástica da filha, ele passava o tempo todo no celular e não estava presente realmente. Ele, então, decidiu que eles deveriam fazer uma aula de dança juntos. "Agora temos memórias incríveis", diz ele.

A verdadeira diversão geralmente envolve experiências sensoriais e, muitas vezes, interações com outras pessoas.

Price afirma veementemente que compartilhar estes momentos de diversão com outras pessoas vai te fazer se divertir ainda mais! Apenas por diversão, ela recentemente enviou a alguns amigos globos espelhados de pistas de dança que comprou na Internet somente para que eles pudessem se divertir em casa, dançando, como se fosse uma festa.

A ouvinte da NPR, Kami Koontz, compartilha sua fonte de diversão sempre que pode. Depois de comprar um ukulele no início de 2014 por capricho e aprender a tocá-lo sozinha, ela conta: "Desde então, comecei um grupo local de uke, uma banda local de uke e arrecadei dinheiro para doar instrumentos a escolas e bibliotecas. Fazer todas essas coisas trouxe uma variedade de pessoas encantadoras para minha vida, uma espécie de pequena família musical."

Enfim, como qualquer novo hábito, a diversão requer prática, bem como tentativa e erro, é preciso começar aos poucos, para chegar ao objetivo final!
"É difícil ser espontâneo se você tiver que agendar a diversão em sua agenda, mas, uma vez que o faça, estará criando mais oportunidades para que a espontaneidade aconteça", diz Rucker.